Web Design centrado no utilizador

 O Web Design é um processo complexo.

Quando dizemos “complexo”, não nos estamos simplesmente a referir ao design e desenvolvimento. No seu todo, o processo e os vários estádios de tomada de decisão também são complexos. Assim, deste o início até à implementação, colocar um site no ar não é canja, especialmente se for o tipo de designer ou programador que gosta de estar de alma e coração em cada projecto.

Então, como é que se chega a um modelo de web design centrado no utilizador? A abordagem que coloca o utilizador em primeiro é algo a que não se chega por acidente. No geral, requer não só um planeamento meticuloso e pensamento aprofundado, como também um feedback constante de múltiplas fontes. Como resultado, por vezes mesmo os melhores podem produzir alguns sites que não tenham em conta a abordagem centrada no utilizador.

A questão que devem, como resultado, ser colocada é: como é que isto pode ser evitado? Vamos tentar responder neste artigo.

O Desejo de ser Espectacular

A maioria das vezes, tudo começa apenas com isto: – um designer a trabalhar no duro na sua tentativa de criar um site espectacular.

Muitas das vezes, muitos designers e programadores de alguma forma não percebem o facto de que algumas características particularmente “espectaculares” podem não ser necessárias, ou ainda pior, podem nem ser possíveis.

Tal não se aplica apenas ao web design: por exemplo quando estamos a trabalhar numa aplicação móvel (ou outra), já notámos que toda a gente continua a procurar por aquele elemento “espectacular”. Viu uma aplicação com umas animações todas xpto e fará tudo para as ter na sua própria aplicação, mesmo que não necessite!

De forma algo parecida, quando chegamos ao Web Design, as pessoas continuam a procurar elementos que consideram “espectaculares. Contudo, tem que pensar: tais esforços extravagantes serão realmente necessários?

O ponto é que, o nosso web design se destina a tornar a vida mais fácil ao utilizador final. Se o nosso site parece bom, mas tem algumas funcionalidades mais chatas que nos mandam embora visitantes e potenciais clientes, o projecto falhou. Na internet, as pessoas tem períodos de atenção muito curtos e, se falhar uma boa primeira impressão, provavelmente não terá oportunidade de criar uma segunda. O ponto-chave aqui é que o um web design centrado no utilizador pode compensar a simplicidade do web design.

Resumindo numa frase: Não sacrifique a experiência do utilizador em função de um design “espectacular”.

Questões para serem colocadas

Quando está a desenhar um site, deve perguntar a si mesmo frequentemente:

  1. Sobre o que é que é o site?
  2. O que é que o site faz?
  3. Como é que eu o faço?

A primeira é auto-explicativa: não pode lançar um site a menos que esteja completamente ciente da sua audiência-alvo. Se não tem qualquer ideia sobre a demografia alvo, o seu design e conteúdo serão feitos através de palpites e, como é óbvio, nem sempre podemos ter sorte com os palpites.

A segunda questão, claro, lida directamente com o nosso assunto: web design centrado no utilizador. Escusado será dizer que a não ser que conheça a finalidade e objectivo do projecto que tem em mãos, nunca o poderá completar na perfeição. Naturalmente, precisará de ter objectivos bem definidos para que os possa alcançar. Assim, perguntar-se a si mesmo a questão sobre o que é que o site pretende fazer, vai ajudá-lo a dar prioridade às finalidades e objectivos definidos e a assegurar que o produto final não sai da linha definida.

Finalmente, a parte em que colocamos mãos à obra. Esta terceira questão é estritamente para os criadores do site; ainda assim, a forma como lhe responde é que vai determinar a recepção que o seu site terá por parte dos seus utilizadores. Porquê? Porque quando alguém visita o seu site, ele ou ela responderão às primeiras duas questões (ainda que do ponto de vista do visitante), mas a terceira continua à espera que lhe responda.

Existem inúmeras formas de colocar um site no ar, contudo, o ponto chave aqui é que quando chega à terceira questão, já deveria ter respostas satisfatórias às duas primeiras.

Decisões a Tomar

Geralmente, as decisões relacionadas com o web design são tomadas com base no apelo estético e visual. Até certo ponto, até poderá estar correcto mas, no fundo, tudo vai desaguar nas perguntas: A escolha visual de quem? O sentido de estética de quem?

Outra vez, o web design centrado no utilizador significa que deverá tomar em conta as preferências dos seus utilizadores. É muito fácil cair na tentação de escolher um bom aspecto com base na eficiência, mas aqui a coisa pode piorar, porque até a “eficiência” tem várias definições. A sua ideia de eficiência pode ser diferente da dos seus visitantes e vice-versa. Neste caso, uma boa ideia será levar a cabo um mini questionário, ou uma sondagem, e aí talvez conseguir chegar ao que os seus visitantes pensam.

O propósito por detrás de tentar obter o feedback dos seus visitantes passa por assegurar que o seu site não passa ao lado do seu principal propósito: servir quem o visita. E quando algum do feedback o deixar pessoalmente descontente, que deve fazer? Lembre-se apenas de que “o cliente tem sempre razão.”

Compromissos a cumprir

Como designer ou programador, já assumiu um compromisso, ainda que não oficial, em criar um site que sirva bem quem o visita. E é aqui que chega a ironia: quando desenha um site, fica maravilhado pela sua beleza, apaixonando-se de imediato. Contudo e normalmente, os seus visitantes não vão ao seu site para ficar maravilhados com a sua beleza, mas antes para encontrar a informação que pretendem. Claro, se o design for bom vão, provavelmente, ficar bem impressionados, deixando talvez uma palavra ou duas nesse sentido mas, no fim de contas, tudo o que procuram é a informação que lhes interessa. Se o web design os ajuda a encontrar determinada informação, podem ou não elogiá-lo, mas se o web design lhes dificulta a encontrar essa informação, vão certamente criticá-lo.

Considere, a título de exemplo, mostrar vídeos na página inicial. Se o vídeo não obstruir, vai ser visto por quem estiver interessado. Quem não se interessa, vão passar por ele e agradecer-lhe o facto de não obstruir.

Por outro lado, se o vídeo lhe tomar conta da página inteira e continuar a aparecer a cada momento (ou pior: se iniciar automaticamente), os seus visitantes são sentir-se incomodados para além dos limites do razoável (com razão, devemos acrescentar) e, quase de certeza, vão abandonar o seu site num instante.

Como ensinamento, fica o facto de que os seus utilizadores esperam que o seu site se comporte bem, ao ser amigo do utilizador e que deve tentar fazer os seu melhor para cumprir a sua expectativa. Isto porque um website só pode ser considerado bom, caso se prove útil para os seus utilizadores, certo?

Últimas Palavras

Qualquer site reflecte a identidade do seu dono, bem como a habilidade do seu designer. É portanto natural que sejam tomados os cuidados necessários, para que este reflexo seja exactamente da forma que pretendemos. Um web design centrado o utilizador mostra que os seus promotores se interessam pelos seus cliente. Para além disso, também testemunha o facto de que o designer se preocupa pelo seu trabalho.

Como resultado, se realmente pretende que o seu web design seja um sucesso, deve assegurar que a experiência que presta dos seus utilizadores é excelente – tal inclui não só os elementos visuais, como também a relevância do seu conteúdo. Assim que o seu site consiga satisfazer as necessidades dos seus utilizadores, não demorará muito para que os potenciais clientes se tornem em clientes fiéis.

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